Acabaram os exames e com eles o semestre.
O cansaço é mais que muito, a alegria também.
É aquele momento que se espera desde Setembro, quando pomos todo um semestre para trás das costas e ignoramos tudo o que aprendemos (ou devíamos ter aprendido) e fazemos o "reset".
Mas este fim de semestre tem um sabor diferente do habitual...
A escolha de horários é substituída pela escolha dos estágios e temas de monografia.
Os horários esburacados e com manhãs/tardes/dias livres são substituídos por horários fixos das 9 às 19, de 2ª a 6ª, com direito a 1 ou 2 bancos.
As manhãs para ficar na cama e as tardes no bar, enquanto se falta às aulas acabaram.
Acabaram as horas de almoço no bar para comentar as aulas, rir dos professores, dos colegas, de nós.
Acabaram os encontros no corredor com outras pessoas, que embora não estivessem sempre connosco, continuavam a assumir extrema importância.
Pois é, acabou a boa vida.
Se o salto da escola para a faculdade já por si era temeroso, para o salto da faculdade para o estágio só tenho uma palavra para o descrever: medonho.
Medonho porque sentimos que não estamos minimamente preparados para o que se avizinha.
Medonho porque vamos sentir na pele o significado da expressão "ter a vida de outra pessoa nas nossas mãos".
Medonho porque não vamos ser as cabeças conjuntas do costume a pensar.
Medonho porque não vos vou ter, não muito longe, mas ao mesmo tempo não tão perto.
Lembro-me de no 1º dia de aulas entrar na FFUL apavorado por não conhecer ninguém, com medo de estar sozinho.
Terá esse medo voltado? Nenhum Homem é uma ilha.
Mas admitamos que é estranho estar 5 anos ansiosamente à espera daquele dia em que vamos largar os livros e partir para o mundo das pessoas "a sério" e quando o dia se aproxima, aquilo que parecia o oásis se torna num deserto imenso.
Foram sem dúvida os melhores 5 anos da minha vida. E às vezes surge a pena de não os ter aproveitado como devia. Respondendo a uma pergunta cliché, se voltava a fazer tudo da mesma forma? Sim, sem qualquer sombra de dúvida.
Seguem-se 2 meses de férias. Não sei o que fazer deles. Acho que os vou aproveitar para descansar ao máximo, já que anda tudo em contenção. Eu aproveito e contenho-me também, que bem preciso para o que está para chegar em Março...
E pronto, fica o desabafo.
Deprimido, vazio, mas ao mesmo tempo a transbordar de felicidade e memórias do que passou.
Não vamos ficar por aqui, pois não?
Chamem-me lamechas, menina, inseguro, wtv. "Guess what? I'm not a robot."
1 comentário:
Nó na garganta...
Enviar um comentário