Cada pessoa segue o seu caminho. De forma totalmente aleatória, mas com uma precisão incrível, perseguimos um objectivo. Acabar a escola, tirar um curso, trabalhar, ser independente, encontrar o amor das nossas vidas, casar, ter filhos...
Sem objectivos andamos simplesmente à deriva, perdidos, sem rumo. Despertar para um novo dia sem saber bem o porquê de o estarmos a fazer. Ir dormir sem saber o que irá acontecer no dia seguinte. Sem expectativas. Sem ambições. Sem motivos para acordar.
É por isso que nos foi concedido o livre arbitrio. Para que possamos intervir sobre a nossa vida e escolher o que queremos fazer dela. Definir objectivos a curto-prazo, que levem a um grande e derradeiro objectivo. Marcamos os pontos, traçamos as linhas. Rectas, curvas, espirais, riscos e rabiscos. De vez enquando mudamos de cor, mais ou menos alegre ou vistosa.
No entanto nem tudo é assim tão linear. Os caminhos não são de todo percorridos de forma solitária e individualista. Determinados pontos do desenho são marcadas pelo cruzamento e sobreposição com outros materiais de desenho, cores e formas de pintar. São outras mãos que surgem para nos ajudar no nosso caminho. É nestas alturas em que vidas se cruzam e misturam. Algumas acabam por se separar e seguir caminhos distintos novamente. Outras, no entanto, continuam o seu caminho juntas.
É sempre imprevisível o que irá acontecer, já que nenhum caminho é livre de obstáculos. A forma como os percorremos depende do modo como encaramos os obstáculos, de quem os percorre conosco, e de quem já os percorreu conosco outrora. A verdade é que as pessoas entram e saem da vida umas das outras de forma contínua, deixando marcas mais ou menos profundas.
E no fim, quando achamos que o trabalho está completo contemplamos a nossa obra. Para alguns o resultado seria uma obra-prima, para outros umas simples linhas, outros ainda teriam algo semelhante ao desenho feito por uma criança de 3 anos, cheia de cruzamentos, curvas e contra-curvas que nos fazem aprender e descobrir o que somos e queremos.
A vida é feita de encontros e desencontros e, apesar de alguns caminhos se cruzarem e seguirem unidos até ao "grand-finale", outros estão condenados desde início à bifurcação e à sujeição à lei da repulsão das cargas, acabando por cair no esquecimento total.
O Rapaz Moreno