"In social situations, a wallflower is a shy or unpopular individual who doesn't socialize or participate in activities at social events. He or she may have other talents but usually does not express them in the presence of other individuals. The term comes from the image of a person isolating themselves from areas of social activities at ballroom dances and parties, where the people who did not wish to dance (or had no partner) remained close to the walls of the dance hall."
in Wikipedia
Por mais que goste de cinema, por mais filmes que tenha visto, nas mais variadas situações, penso que nunca, até hoje um filme me deixou de boca aberta e de coração apertado como o
The Perks of Being a Wallflower.
A estranha sensação de pensar, bem mais que uma vez "esta é a história da minha vida"... "Isto aconteceu-me tal e qual"... Provavelmente quem está a ler não me conhece, mas quem me conhecer bem e tiver visto o filme, irá perceber o que digo.
Um passado não tão distante, que moldou muito do que sou hoje, foi vivido rodeado de "what if", "if only...", entre a felicidade de ver os outros felizes e a dor constante de não fazer parte dessa felicidade.
"I just want you to be happy!" quantas vezes esta frase é repetida no filme, quantas vezes eu a proferi a outras pessoas, quantas vezes sorria ao dizê-la, quando sentia cortes profundos no meu âmago. Falsidade? Não, de todo. Era e continua a ser verdadeiramente sentido.
E então o que é que ganhei com isso?
"You can't just sit there and put everybody's lives ahead of yours and think that counts as love. You just can't. You have to do things. I'm going to do what I want to do. I'm going to be who I really am. And I'm going to figure out what that is."
Nada, absolutamente nada. Os outros continuaram felizes, e eu feliz por eles. E infeliz por mim.
Se calhar é altura de interiorizar os infindáveis "não te podes anular" que ouvi e mudar qualquer coisa.
“He's a wallflower. You see things. You keep quiet about them. And you understand.”
Entretanto, continuarei a ser uma Wallflower. Não é defeito, é feitio mesmo, e ninguém (nem eu próprio) o pode mudar. E nem quero.
Posso dizer que chorei no final.
E durante as quase 2 horas de filme senti-me um bocadinho menos estranho, diferente, sozinho.
O Rapaz Moreno